quarta-feira, 30 de maio de 2012

"SemParar com Preço Mais Baixo em SP Exclui Estacionamentos"


Este texto é uma crítica à notícia publicada hoje pela UOL.  Para notícia completa, seja link:  http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1097693-sem-parar-com-preco-mais-baixo-em-sp-exclui-estacionamentos.shtml

Desconto sempre é bom, ainda mais quando estamos sendo roubados.  Como se o fator "pedágio" no Brasil não fosse suspeito o suficiente, o governo do estado de SP anunciou hoje as novas intervenções que deverão popularizar o uso do sistema ViaFácil/SemParar.  Dentre elas está a "redução no valor na mensalidade relativa" do produto.  Não poderia haver notícia melhor, para a Concessionária que administra o sistema e para o Poder Público, é claro.

Particularmente resisti até onde pude para instalar esta facilidade no meu carro, e por alguns motivos óbvios: 1) é necessário comprar um TAG que custa R$62,00; 2) paga-se ainda uma mensalidade de R$11,80; 3) finalmente, quem usa o serviço paga o mesmo valor de pedágio que os demais carros pagam.  Tudo isto pelo privilégio de não parar nas filas de cobrança manual.  Jamais me conformei em pagar mais caro por algo que abate os custos de operação com redução de pessoal, elimina a necessidade de logística de valores, e proporciona a extinção de problemas como o do "troco", para não mencionar outros.  Na minha opinião, pagar taxa para para pagar pedágio é a humilhação final para quem pretende viver dignamente em um país.  Mas, quando você viaja para litoral no fim do ano e após 1hr de espera percebe que para atender à fila quilométrica de carros existem apenas 3 caixas abertos, contra 3 cancelas do sistema de passagem direta, é aí que você entende que a máfia é mais estruturada do que os seus ideais pessoais.  É difícil ter personalidade…  Por fim sucumbi aos apelos do sistema tributário do país, mais uma vez.  Meu custo automóvel agora subiu: IPVA, Licenciamento, Seguro obrigatório, Seguro não obrigatório, pedágio, estacionamento, taxa para pagar taxas, além de, é claro, a desvalorização média de 15% ao ano que os veículos de até 5 anos de idade enfrentam na nova realidade econômica do país.  Sem contar com a manutenção e combustível.  Só por Deus…

Voltando ao assunto: o novo sistema de cobrança agora prevê redução de mensalidade para quem gastar mais, e ainda conta com uma opção pré-pago, com mensalidade maior.  Caso o assinante opte por mais reduções, não precisa pagar mais pelo TAG (e entra num casamento de 12 meses com a empresa), pagará mensalidade "apenas" R$8,90 se rodar somente em estradas estaduais, mas não pode usar estacionamentos que possuem acesso para o sistema.  Nos meses que o usuário rodar em estradas fora de SP, paga a diferença de R$3,00 para a mensalidade cheia, mas continua sem poder usar estacionamento.  Além do mais, o TAG não é seu.  Pagando ou não por ele, no encerramento do contrato ele é recolhido.  Isto significa que no divórcio com a empresa, você não fica nem com o álbum de casamento…

Hoje, me lembro saudosamente da época em que parava nas cabines de atendimento e distribuía folhetos aos simpáticos atendentes bem treinados.  Trocava-mos saudações, e ao final da curta conversa eles sempre diziam: "boa viagem!" (ao que eu sempre respondia: "igualmente"… rsrs).  Não receberei mais as amostras de produtos que a Nestle oferecia em feriados, e a única coisa que me resta agora é o frio na barriga que surge toda vez que passo pelo corredor automático e me indago: "será que vai abrir?!?!?".  De vez em quando não abre.

Viva o atendimento pessoal humanizado! Viva a redução do custo de vida! Viva o testemunho pessoal da fé! Viva o lanchinho da Nestlé!  Viva o vale-pedágio!  Viva o Reino de Deus!!!  Lá sim, o estado não precisa interferir para que a ganância sem limites seja contida.  Ali sim haverá justiça, contentamento, e amor.  Lá não haverá mácula, desigualdade, egoísmo, circo nacional, descaso, concorrência desleal, blogs como este, e temas hilários provenientes das mentes caídas deste século.  O negócio é investir lá em cima, e confiar no Salvador.  Quando for chamado para adentrar o Reino de Ouro, sei que a cancela estará desimpedida e o Justo Juíz me receberá de braços abertos.  Até lá, vamos tentar construir um mundo um pouco melhor.  Se a esperança do futuro não for suficiente para criar um melhor presente, é bem provável que não mereçamos nenhum dos dois.  Só pra pensar...

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

NABUCODONOSOR, O LÍDER DE OURO...


(Daniel 1:1-21)

São poucas as figuras históricas que podem se dar ao luxo de não terem que depender de bibliografia farta para que seu legado cruze as barreiras do tempo e espaço até chegarem á gerações distantes preservando sua importância original.  Nabucodonosor é um destes raros personagens.  Ainda que sua existência seja questionada por diversos acadêmicos até o dia de hoje (e possivelmente sempre será), os poucos registros disponíveis acerca da sua trajetória (inclusive por parte da Revelação) nos sugerem que o “Reino de Ouro” possuía liderança á altura da sua importância histórico-profética: um homem que claramente vivia muito á frente da sua época.  Seja ele oriundo de um sistema biblicamente caracterizado como confuso, seja ele inimigo do povo de Deus, ou seja ele essencialmente um rei pagão uma coisa é certa, Nabucodonosor chega até nossos dias no mínimo como arquétipo de liderança e excelência.  Seja quais fossem suas convicções pessoais, os acadêmicos da gestão moderna são obrigados a tirar o “capelo” em reconhecimento aos princípios apresentados por este monarca a cerca 2.620 anos atrás, todos eles firmados sob o selo da excelência.

Mas afinal de contas, o que ele tinha?  O que podemos aprender com seu modelo de liderança?  Até que ponto devemos admirá-lo?  Eis alguns pensamentos:


Recrutamento criterioso: o rei exigiu que fossem escolhidos os melhores de Judá para servirem como escravos.  Para muitos reis, independente do tipo de servidores, quanto maior o número de escravos maior seria o número de tarefas executadas para a expansão da nação.  Para Nabucodonosor não importava quantidade tanto quanto a qualidade.  A excelência é um processo que deve estar presente em todos os setores da organização, inclusive na base.  “Para um reino excelente, escravos excelentes”, este era o pensamento do rei.  Para um reino de ouro: fornecedores de ouro, parceiros de ouro, matéria prima de ouro, comunicação de ouro, consultores de ouro, colaboradores de ouro, serviços de ouro.


Segurança administrativa: Somente um líder seguro de seu potencial consentiria com  a presença dos melhores talentos ao seu lado.  Grandes mentes são pensantes, e muitas vezes “dão trabalho”.  É mais fácil liderar pessoas medíocres, subordinadas de forma intelectualmente nula, que não questionam ou indagam os motivos e procedimentos.  Escravos competentes poderiam liderar uma série de rebeliões.  Os riscos que o rei assumiu para sua administração estão além da nossa capacidade de cálculo.  Principalmente se lembrarmos do registro de II Reis 4:14, que diz que em apenas uma das investidas babilônicas o país recebeu cerca de 10.000 escravos.  De acordo com os critérios de recrutamento de Dn 2:3-4, estes escravos eram em sua essência pensantes.  Por outro lado, colocar limites coerentes à atuação destes grandes servidores era uma tarefa no mínimo complexa, mas um grande país possui grandes projetos.  E grandes projetos, requerem grandes líderes.


Gerenciamento inclusivo: este é um dos primeiros reis a propor um regime de escravidão diferenciado.  Enquanto o modelo convencional ditava que o escravo deveria ser tratado “na base do chicote” o monarca recebe o grupo para frequentar o palácio e inaugura uma nova modalidade de escravidão: “na base do companheirismo”.  Ele entendeu que um escravo submetido a condições extremas de sobrevivência desenvolveria sentimentos de ódio contra o reino, serviria de maneira forçada, e se em algum momento tivesse a oportunidade: mataria o rei.  Por outro lado, um escravo que fosse respeitado nutriria sentimentos de gratidão para com o reino, serviria por convicção própria, e se necessário: daria a vida pelo rei.


Motivação adequada: Enquanto os reis “comuns” da época ofereciam senzala, restos de comida e privação do básico, Nabucodonosor inaugura seu sistema de motivação babilônico.  O rei entendeu o valor de um sistema de retenção de pessoal e não poupou investimentos no seu maior capital: o ser humano.  Deu a eles comida superior, instalações dignarias, e estudo.  Todos estes servem até hoje como fontes de motivação, principalmente para um escravo exilado.


Construção intencional de valores: o treinamento intenso não seria apenas técnico, mas também ideológico.  Uma construção cultural intencionalmente executada á favor do sistema foi meticulosamente elaborada.  Todos deveriam aprender a língua e cultura dos caldeus.  Antes de servir, deveriam ser convertidos ao sistema e crer naquilo que estavam fazendo.  Ninguém vendo aquilo que não acredita.  Mas, para construir, é necessário descontruir.  Criar cidadãos babilônicos implicava também na eliminação dos valores judaicos, não só entre os escravos mas em todos os lugares do planeta de então, afinal de contas o reino dos caldeus compreendia o território mundial conhecido da época.  E qual a maneira mais eficiente de acabar com os judeus do que através dos próprios judeus?  Esta passagem de valores não era apenas normativa ou disciplinar, mas era também dinâmica, espontânea e viral.  O rei captou rapidamente o poder das comunidades.

Desenvolvimento de pessoal: Havia uma estratégia definida para treinamento e capacitação.  Os escravos deveriam ser treinados durante 3 anos.  Uma substituição de valores pessoais depende de mentoreamento personalizado.  Quando quatro indivíduos conseguem ser ouvidos entre as vozes dos milhares de escravos, é porque existe acesso, personalização, e acompanhamento próximo.  Seria um exagero considerar que Nabucodonosor pode ter sido um dos pais do “coaching”?


Incentivo ao diálogo participativo: são poucos os episódios bíblicos em que é conferida a um escravo a oportunidade de emitir opinião acerca de qualquer assunto.  Na Babilônia os escravos importados deram seus pitacos na dieta ao sugerirem alterações no cardápio.  Eles poderiam ter sido retaliados, suprimidos, e abafados.  Ao invés disto houve valorização das ideias e agregação de pensamentos em um ambiente que valorizava o compartilhamento de experiências.  O sistema focado em buscar soluções fora do contexto comum da entidade permitiu a incorporação  de elementos válidos.  Sendo assim o reino se apoderou dos princípios Divinos de saúde intencionado inicialmente para Israel, e estes foram incorporados imediatamente à proposta Babilônica de estilo de vida.  O Reino de Ouro lucrou mais uma vez.


Compartilhamento de soluções – a influencia da alimentação adequada no rendimento profissional dos 4 israelitas foi verificada.  Embora esta solução solução tenha vindo da base, a administração maior não se constrangeu em ouvir sugestões dos “simples”, e foi flexível na aplicação e ampliação das melhoria propostas.


Networking gerencial de confiança – O rei sabia que não poderia estar em todo lugar ao mesmo tempo.  A criação de uma rede de trabalho permitia que poder fosse delegado a pessoas de confiança para que o rei não sofresse danos.  Os 3 presidentes e 120 sátrapas eram os olhos, ouvidos e bocas do rei por todo o mundo.  Uma rede de empoderamento permitiu que o rei fosse estampado na administração de todos os 123 servidores e levasse até os confins do mundo sua ideologia.


Plano efetivo de carreira – Em que outro lugar um escravo estrangeiro, por mais competente que fosse, conseguiria chegar a ser cogitado ser o próximo rei do império?

Não é de se estranhar que a Babilônia ocupou por um período considerável lugar de destaque no panorama mundial.  Pioneira nos mais variados setores com seus jardins suspensos, sistemas modernos de esgoto, capacidade de armazenamento de provisão para anos de crise, ruas asfaltadas, contingente militar preparado, cultura excêntrica, dentre outras peripécias, a Babilônia de Nabucodonosor gozou sua era de ouro e com todas estas qualidades se tornou um lugar invejável.  Mas, assim como predito pelo profeta, a Babilônia caiu.  Por mais astuto que tenha sido, um dia o rei encontrou alguém maior do que ele foi obrigado a se deparar com o fim da linha.  Por que tamanha competência, mecanismos administrativos sofisticados e elenco de parceiros foram incapazes de conter a extinção daquele país glorioso?  Daniel 4 dá a dica: o rei ignorou o que havia sido dito anteriormente: “Há um Deus nos céus...” (Dn.  2:28).

Em algum momento da vida, todo ser humano se depara com suas próprias limitações e é obrigado a reconhecer que há alguém maior do que ele mesmo.  Um dia a conta chega; um dia a fila anda; um dia a casa cai.  O rei do mundo agora foi confinado a uma vida na selva e como uma besta fera viveu para se torna o menor de todos os animais.  No meio do nada agora sujeitava-se a todo tipo de reinado, inclusive ao da floresta.  Na sua sabedoria ele se perdeu, na sua inteligência ele se tornou louco, na sua força ficou indefeso e na sua arrogância foi humilhado.  Estranho como as coisas acontecem...

De fato Deus usa a loucura para confundir a sabedoria.  Nabucodonosor viveu para ver seu Reino ser subjugado e recebeu o próximo reino prostrado.  Enquanto  isto, Daniel que permanecia em pé foi colocado como um dos maiores do novo reino.  Ele poderia ter se ressentido com o que o rei havia feito ao seu povo, mas ao invés disto preferiu ser submisso ao Plano Maior.  “Há um Deus...”.  Deus sabe tudo e está no controle de tudo.  Quando tem que exaltar, Ele exalta.  E quando tem que humilhar, Ele humilha.  Daniel se preocupou em ser fiel e foi fiel no mínimo.  Agora era hora de ser colocado sobre o muito e ser usado por Deus para mostrar ao mundo as verdadeiras qualidades que o líder moderno deve aspirar.

Quem é fiel a Deus, vive para ver o próximo reino chegar e o recebe em pé.  De acordo com o próprio Daniel, o próximo reino que o mundo aguarda é o de Deus, aquele que foi cortado sem auxílio da mãos humanas.  Se vamos recebe-lo em pé ou prostrado, depende de nós.

Provérbios 3:5 -> “Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento.  Reconhece-O em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.”

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Emoção e Histeria no Funeral de Kim Jong-Il

Para uma multidão de habitantes daquele país distante e gelado que até agora acredita que a Coréia do Norte venceu a Copa do Mundo de 2010, um chamado para chorar publicamente pelo seu benevolente ditador não soa tão mal assim.  Segundo sugerem alguns jornais internacionais, “sob ameaças de sanções dos principais produtos e serviços básicos para a sobrevivência das famílias”, milhares de militantes apaixonados saíram às ruas esta semana para lamentar a morte do segundo líder vitalício da nação independente da ala norte da península.  Enquanto os sóbrios chorões asiáticos sorrateiramente enchiam as vias públicas para prestarem sua convincente homenagem afetiva, os canais comunistas se preparavam para fazer a cobertura de mais um evento histórico.  Em pleno século XXI, o mundo já habituado a assistir aos lamentáveis formatos televisivos de "reality-show", teve a oportunidade de assistir cenas de humilhação nacional em tempo real.  Os Coreanos tem, de fato, muito o que lamentar.

A perda de um líder sempre coloca em questão o futuro de qualquer instituição, e é capaz de produzir os mais diversos sentimentos.  Neste caso, um misto de insegurança, celebração, esperança e ameaça se traduziram na maior mobilização nacional vista nos últimos tempos.  O que mais impressiona nesta história toda é a histeria coletiva dos calmos Norte Coreanos perante a morte súbita de Kim Jong-Il. A descontrolada manifestação emotiva em massa foi executada com a mesma precisão e disciplina dos tão bem ensaiados e consagrados desfiles militares, típicos naquele país.  Enquanto dezenas de caixas-de-som davam o ritmo oficial ao luto através de narrações ufanistas e trilhas sonoras nostálgico-triunfantes, a cena das tradicionais senhoras camponesas chorando e se jogando no chão era no mínimo curiosa.  Seria uma injustiça com a nação Russa comparar esta movimentação frenética, semelhante na forma e nos motivos, ao relativamente comportado funeral de Stalin.  "Ai daquele que não chorar e lamentar!".  Injustiça mesmo seria compará-lo ao moderado funeral de Michael Jackson.  Difícil é não julgar os motivos de tamanha comoção vinda da geração fruto de uma já conhecida lavagem-cerebral, e famosa por protagonizar episódios manjados de demonstrações de estabilidade e contentação social para as lentes de repórteres comprometidos com o sistema interino.  No meio do tumulto, alguns soldados também emocionados tentam conter a descontrolada multidão, e aparentemente são capazes de fazê-lo graças a uma singela corrente humana mantida aos brados heróicos declamados em uníssono, enquanto projetam um misto de expressões de agonia e compaixão.  Sem precisarem utilizar sequer uma bala de borracha, ou um jato d'água, ou bombas de gás lacrimogêneo são capazes de manter a ordem social em um momento de caos.  Incrível! O povo das armas químicas pode ser contido apenas com a força da emoção.  Se o sul ficar sabendo disto, o norte corre grande perigo!  Por outro lado: que exemplo para os batalhões brasileiros que diariamente se veem obrigados a fazer uso da brutalidade para conter centenas de torcedores fanáticos, combater greves e passeadas de trabalhadores irados, ou desocupar a reitoria das universidades federais.  Dá para imaginar o que o povo Coreano passa quando não há repórteres ou mídias internacionais por perto.  Esse é o famoso sistema comunista que se perpetua no poder e não larga mais.  Assim é a Coréia do Norte, assim é Cuba.  Assim foi a Rússia, assim foi a Albânia, e assim seria o Brasil não fosse pelo golpe militar de 1964. Obrigado exército brasileiro! A bravura história tem seu preço, e até hoje muitos partidos e meios de comunicação condenam sua investida.  Por causa dos muitos que lutaram, a liberdade um dia abriu suas asas sobre nós.

Hoje, enquanto do conforto de meu berço esplêndido assisto as imagens desta confusa marcha fúnebre, posso desfrutar da plena e invejada democracia que prima pelo patriotismo, moralidade, e bem estar coletivo, num país que combate até as últimas consequências toda forma de corrupção ou interesses pessoais que favoreçam a falta de vergonha e desconstrução do país.  Graças a esta liberdade, desde 28/12/11 podemos nos gabar de sermos a sexta maior economia do mundo.  Já passamos a Inglaterra, e por isso hoje conseguimos pagar três vezes mais do que qualquer outro sul-americano paga por seus automóveis, mesmo os que são fabricados no Brasil.  Também conseguimos sustentar os altos e necessários juros que provém segurança e estabilidade ao sistema financeiro do país.  Temos mais de trinta impostos e contribuições compulsórias.  Mantemos as estradas mais caras do continente.  A cada dia que passa temos um maior índice de funcionários públicos per capta, o que nos possibilita ter um atendimento cada vez mais personalizado. Por fim, enquanto a estrutura interna se expande para receber os jogos da Copa de 2014, podemos celebrar os grandes incentivos esportivos que o país destina às comunidades competentes, para que tenhamos um elenco esportivo capaz de trazer para cá a tão cobiçada taça futebolística mundial, e impedir que a Coréia do Norte ganhe a Copa do Mundo mais uma vez.  Quanto privilégio.

Será que nosso modelo é melhor? Será que é pior? Qual é, afinal, o protótipo de governo padrão para o mundo moderno?  Será que ele conterá os abusos causados pelos "ismos" políticos sustentados durante tantas gerações?  Os recentes fatos políticos do cenário mundial, incluindo o fiasco do Euro, sugerem que o ser humano na tentativa de resolver seus problemas consegue ser, na melhor das hipóteses, "menos pior".  O mundo está mostrando o quão vulnerável, limitado e patético é a humanidade quando tenta por si só resolver aquilo é "irresolvível".  E assim caminhamos á procura da tão sonhada utopia que a idade média, o iluminismo e o pós-modernismo foram incapazes de apresentar. Onde será que erramos?  Qual será a chave que dará continuidade à próxima etapa neste círculo eterno em busca da fórmula infalível de alegria e satisfação coletivos?

Quero sugerir dois pensamentos:

1) DEPENDE DE NÓS: Qualquer poder que for regido por um mínimo de patriotismo e ética é preferível á melhor das organizações que promova a aparente liberdade, mas no fundo é marcada pela corrupção e imoralidade.  Neste mundo existem governos menos piores, e absolutamente piores.  Cabe a nós desenvolver o melhor da nossa aptidão e lutarmos por um futuro diferente.  Se o líder muda, mas não muda a sua linhagem, pouca coisa mudará.  Está em nossas mãos a responsabilidade de promover o surgimento de uma geração mais coerente, sendo nós mesmos pessoas mais coerentes.  Patriotismo e moralidade primeiro se conjugam no singular, depois no coletivo.  Depende de nós.

2) DEPENDE DE DEPENDERMOS DE DEUS: A história se repete.  Desde os primórdios, a civilização primitiva protagonizada pelos homo-habilis já lidava com os mesmos fenômenos sociais que vivemos hoje.  As soluções apresentadas eram similares, e eles ainda tinham tempo para representar seus paradoxos e respostas coletivas nas paredes sociais das cavernas.  Pouco mudou.  Como já dizia Salomão: "não há nada de novo debaixo do Sol" (Eclesiastes 1:9). Durante os milhares de anos de evolução social, o homem foi incapaz de surgir com uma resposta definitiva para seus problemas de governância.  Em muitos aspectos, houve clara regressão.  Eu mesmo preferiria ter assistido aos eventos acima descritos em desenhos de caverna, a assisti-los através de uma tela de LED em alta definição.  Enquanto o homem insistir que é capaz de prover para si mesmo a solução definitiva para seus problemas (seja ela absoluta, relativa, humanista, realista, orgânica, demográfica, centralizada, compartilhada, aleatória, igualitária, por objetivos, por competência, por hereditariedade, pioneira...), a história continuará a se repetir e as próximas gerações seguirão assistindo o velho e pitoresco filme em telas cada vez melhores.  Governo bom mesmo, só o Reino de Deus.  Este é o único modelo baseado no amor, e que é capaz de promover para hoje: igualdade, justiça, inclusão, coletividade, solidariedade, sustentabilidade, apoio às minorias, respeito à diversidade, aceitação incondicional, coerência, perdão, educação, saúde, segurança, conforto, alegria, prosperidade, avanço social, e paz.  Além destes atributos há um outro elemento que líder nenhum neste mundo, em qualquer época, jamais será capaz de oferecer: vida eterna.  Stalin morreu, Hitler morreu, Mussolini Morreu, Napoleão morreu,  Enver Hoxha morreu, Michael Jackson morreu, Genghis morreu, Bin Laden morreu, Juscelino Kubitschek morreu, Golias morreu, e Faraó morreu. Cristo também morreu, mas de todos estes grandes líderes, advinha quem foi o único que ressuscitou? "Bem aventurada a nação (lar, empresa, entidade, governo, pessoa, massa pública) cujo Deus é o Senhor" – Salmo 33:1.


Veja alguns vídeos das manifestações histéricas: